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Devido ao agravamento do problema de saúde do Prof. Celso Waack Bueno, a edição deste blogue estará suspensa temporariamente.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Notas rápidas

Sobre o poder
          ”El secreto ocupa la médula misma del poder. No se trata solo de que no haya poder sin secreto. Es la propia capacidad de decidir qué puede salir a la luz y qué debe mantenerse en la penumbra la que constituye la esencia del poder. El mismo poder que oculta el gran fraude fiscal propone un registro público de las familias morosas que no han podido pagar el alquiler”. (Elias Canetti – Pagina 12 – Buenos Aires).    

A Grande Barreira de Corais.  
        “É tão absurdo que parece mentira. A historicamente irresponsável indústria de mineração da Austrália teve uma nova idéia: em meio à catástrofe das mudanças climáticas que assolam o nosso planeta, eles decidiram construir o maior complexo de mineração de carvão do mundo e, além disso, construir uma rota para o transporte que atravessa o maior tesouro ecológico que nós temos: a Grande Barreira de Corais!”. (Fonte: Avaaz)

Miséria
Nos EUA, em 2013, há mais de 23 milhões de desempregados ou severamente subempregados. Mais de 146 milhões – 48% da população – vive com renda menor do que a mínima necessária para sobreviver ou já mergulhou na indigência, recorde nacional. Os salários reais foram incansavelmente empurrados para baixo, ao longo dos últimos 30 anos. Se corrigido pela inflação, o salário mínimo hoje é 45% menor do que era em 1968.  (Correio do Brasil).

As externalidades


A questão das externalidades foi levantada por primeiro  em 1950, pelo economista alemão Kapp, que publicou na Inglaterra The Social Costs of Private Enterprise (a segunda edição, publicada em 1961 nos Estados Unidos, substituiu o termo Private por Business).  O conceito então empregado era de que externalidades eram custos gerados, mas não assumidos, pelas empresas, como a contaminação das águas e vários tipos de poluição, custos que serão então transferidos a outros, ou socializados.    Em 1967, o inglês Mishan, com seu The Costs of Economic Growth, amplia o conceito, por considerar que o crescimento econômico como um todo implica em vastas externalidades, aí podendo ser incluída a descapitalização natural.  Não só esses aspectos ambientais são porém abarcados pelo conceito de externalidades, pois o mesmo raciocínio se aplica também a aspectos sociais, como é o caso do desemprego, ou de moléstias profissionais.
 Os grandes aglomerados urbanos da atualidade geram uma multiplicidade de externalidades, tanto ambientais como sociais, implicando intensa utilização de recursos públicos, que poderiam de outra forma ser aplicados de maneira socialmente mais eficiente.  De eficiência aliás se trata ao avaliar o desempenho das empresas.  Como externalizam grande parte dos custos que geram, muitas empresas podem com esse recurso exibir eficiência financeira, sendo por isso tomadas como modelo de gestão a ser imitado, embora pelos custos que transferem à sociedade poderiam eventualmente ser classificadas como socialmente ineficientes.  A prática de subsídios públicos encobre essas e muitas outras ineficiências.
Decorre daí a não atribuição de valor aos recursos naturais, tanto ao apropriá-los, como ao poluí-los.  Essa atitude se propaga ao nível internacional, quando os países exportadores de matérias primas exportam por um retorno que cobre os custos de extração e transportes, mas escassamente remuneram o recurso natural em si, ou mesmo chegam a viabilizar exportações por subsídios; havendo que levar em conta também os baixos salários, uma espécie de macro-subsídio social às exportações.
Em muitos documentos e conferências internacionais já vem sendo pleiteada a internalização das externalidades, inclusive tendo sido formulado o princípio do poluidor-pagador.  Tomado o conceito de externalidades em sua compreensão mais ampla, no entanto, sua supressão implicaria o abandono de todo o modelo geral de crescimento, que se viabiliza justamente pelas externalidades gigantescas que gera, em termos de descapitalização do estoque de recursos naturais, de uma pressão já quase insustentável sobre a capacidade de suporte do meio ambiente e de uma exclusão social também gigantesca; tentando-se em boa medida  adiar o abandono desse processo como um todo pela intensificação de um vasto sistema de subsídios públicos,  que resultam ser portanto um vasto sistema de geração de externalidades.  Do livro A realidade Subjacente                 


Por quê?


Por que esperar por milagres?  Por ganhar na loteria? Por um “salvador da pátria”? Por que os políticos ajam com honestidade? Por que os economistas sejam sensatos? Por que a grande mídia informe a verdade?

Se cada um de nós tivermos o destemor de assumir nossa posição pelas mudanças, e passarmos a agir coletivamente por elas, nada será capaz de impedir que a liberdade e a dignidade prevaleçam. Nem são necessários para isso os 99%  -  10% da humanidade conscientes e atuantes já seriam uma  força invencível. 


Itália também proíbe o milho transgênico da Monsanto


Três ministros italianos – da agricultura, da saúde e do meio ambiente – assinaram um decreto banindo o cultivo do milho transgênico da Monsanto MON810.O ministro da agricultura citou os impactos negativos à biodiversidade como principal justificativa para a publicação do decreto. “Nossa agricultura é baseada na biodiversidade, na qualidade, e precisamos continuar a buscar esses objetivos, sem jogos [os transgênicos] que mesmo do ponto de vista econômico não nos tornariam competitivos”, declarou o ministro.Enquanto as aprovações para o cultivo de transgênicos na Europa são definidas de forma conjunta no nível da União Europeia, governos nacionais podem, individualmente, estabelecer salvaguardas caso considerem que o plantio represente riscos para a saúde ou o meio ambiente.No ano passado, a França estabeleceu uma moratória similar aos transgênicos.Segundo a maior organização de agricultores da Itália, a Coldiretti, uma pesquisa recente apontou que cerca de 80% dos italianos apoiam a proibição.N.E.: Até hoje a União Europeia só autorizou o cultivo de dois transgênicos: o milho MON810, da Monsanto, tóxico a lagartas, e a batata Amflora, da Basf, modificada para produzir amido industrial, que foi um fiasco de mercado e já teve a comercialização suspensa pela Basf. Antes da Itália, outros nove países europeus já tinham proibido o cultivo do milho da Monsanto: Polônia, Alemanha, Áustria, Hungria, Luxemburgo, França, Grécia, Itália e Bulgária. 


Butão a caminho do 100% orgânico


Butão é um dos poucos países do mundo a ter, efetivamente, igualdade de gênero: homens e mulheres têm funções iguais.
Conhecido mundialmente pela adoção do Índice de Felicidade Interna Bruta (FIB)  como medidor do progresso nacional, o pequeno Butão, isolado entre as montanhas do Himalaia, demonstrou mais uma vez a preocupação do país com o bem-estar de sua população, e agora caminha a passos largos para tornar realidade a meta de converter toda sua agricultura em orgânica, tornando-se a primeira nação do mundo a obter tal título.
O FIB foi criado em 1972, quando o rei Jigme Singye Wangchuck firmou um compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país e baseada nos valores budistas.
A meta, anunciada em 2007, deverá ser alcançada dentro de pouco tempo, uma vez que já há uma difusão do cultivo orgânico entre os agricultores, embora poucos sejam certificados como tal. Atualmente, os futuros instrutores estão em treinamento e os agricultores que já possuem produção orgânica estão recebendo assistência governamental.
De acordo com o ministro da Agricultura, além das vantagens de conservação ambiental, o programa de agricultura orgânica capacitará os agricultores em novas técnicas de cultivo para potencializar o uso do solo, aumentando a produção e, por fim, levando o país à desejada autossuficiência alimentícia.
Mercado
A procura pela transformação do cultivo também tem razões econômicas: a produção orgânica é 30% mais valorizada em relação a convencional, além de garantir uma renda extra com o ecoturismo.
O Butão não tem problemas com fome, o analfabetismo é zero, os índices de violência são insignificantes, nenhum mendigo vive nas ruas e não há registro de corrupção.
Na região, dois estados indianos têm programas similares para a adoção integral do cultivo orgânico na agricultura. Um terço da agricultura do estado de Sikkim já é orgânico e o governo local almeja transformar toda sua produção até 2015. Já Kerala começou essa transição em 2010 e planeja que até o final desta década todo o seu cultivo tenha sido convertido.
No Brasil, o mercado de orgânicos está em plena expansão, com crescimento anual entre 30% e 40%, embora a regulamentação do setor no início de 2011 tenha colocado algumas barreiras comerciais com a importação.
Os alimentos orgânicos são todos aqueles produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos artificiais em sua produção, como inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas ou adubos químicos. Por conceito, eles também não podem ser organismos geneticamente modificados (OGM), como os transgênicos.

Um estudo da Universidade Stanford (EUA) publicado recentemente afirma que os alimentos orgânicos não têm mais nutrientes que os tradicionais, mas as vantagens deste tipo de alimento, como a ausência de pesticidas e bactérias resistentes a antibióticos ou a redução do impacto ambiental, justificam a opção por esta produção.