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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Desenvolvimento - acumulação destrutiva ou progresso em equilíbrio?



O que se pode chamar de economia internacional foi tomando forma com as grandes navegações, isto é, com a expansão comercial, viabilizada pela utilização de um tipo de embarcação capaz de atravessar os oceanos – a caravela -, ademais equipada com armas de fogo, produzidas na Europa com a pólvora inventada na China, onde era usada para fogos de artifício.  É a partir da utilização desse meio de destruição que se irá firmando o poder de nações que o detinham, num processo circular de aumento de meios de destruição e aumento de poder, em crescendo até a atualidade.  Até então os países europeus eram bem menos sofisticados que os do Oriente, mas a partir dessa concentração de poder, assim alcançada, se forma também o mito da superioridade racial européia, isto é, branca.

            O crescimento da produção para comércio [este assunto é introduzido sem ter sido anunciado ou contextualizado antes] vai mudando a lógica do processo de produção, antes orientado por uma perspectiva de atendimento das necessidades do consumo e portanto limitado pela saciedade dessas necessidades.  Com a produção para o comércio, a lógica é a do aumento do lucro por ele proporcionado, não tendo esses limites portanto, em outro processo que vem num crescendo até hoje.  Se a lógica passou a ser produzir cada vez mais, então o homem vai utilizar sua inteligência para a invenção de aparatos que aumentem a capacidade de produção, que são as máquinas, com o que se vai ingressando na fase industrial.  Assim, a expansão  comercial gerou a expansão industrial, como no passado o interesse crescente na Europa por trazer produtos finos do Oriente induziu a formação de empreendimentos comerciais, cujo poder crescente os conduziu a posição hegemônica.


            Na verdade, o crescimento da produção industrial que se seguiu tem também seus limites, que são as disponibilidades de recursos naturais para alimentá-lo, do que já tinham consciência os autores clássicos britânicos, todos eles.  Malthus com sua conhecida posição quanto à carência alimentar, mas Smith, Ricardo e Stuart Mill foram explícitos quanto à impossibilidade da Inglaterra continuar seu crescimento industrial com base em sua própria disponibilidade em recursos naturais.  Smith já tinha entrevisto, no entanto, e Ricardo especificou e completou, a proposta de solução via especialização internacional da produção, no quadro geral do liberalismo econômico, o pilar central do ideário dos clássicos.  Através da aceitação da lei das vantagens comparativas, as nações se foram especializando naquilo para o que tinham melhores condições para oferecer às trocas internacionais, isto é, os países industriais em bens industriais, os demais como fornecedores de matérias primas, outro sistema que vigora até a atualidade.

            Dir-se-ia que já não é bem assim, pois os exportadores de matérias primas também já estão se industrializando.  No entanto, a maior parte do capital utilizado nessa produção industrial provem das potências industriais, capital atraído a esses países pela ampla disponibilidade de mão-de-obra barata, recursos naturais disponibilizados a custo quase zero,  abundância de fontes de energia e favores governamentais, por governos empenhados “no desenvolvimento”, isto é, no crescimento  a qualquer custo,  Assim sendo, segue a exportação de recursos naturais e esforço de trabalho a baixos preços, agora embutidos nos bens industriais exportados, sendo os lucros maiormente remetidos para os países de origem do capital.  Esse novo perfil do processo vai no entanto gerando importantes transformações.

             Forma-se crescentemente mão-de-obra qualificada e capacidade gerencial nos países que abrigam esse tipo de industrialização, assim como se filtra para a economia local considerável quantidade de renda, com resultante aumento do potencial de mercado e seus efeitos multiplicadores.  Mas se acelera aí a exploração predatória de recursos naturais e a conseqüente deterioração ambiental.  A ser incorporado ao cálculo econômico o valor dos recursos naturais apropriados na produção, o resultado seria provavelmente o de que o valor da descapitalização natural supera a capitalização material, isto é, com sua ilusão desenvolvimentista esse países estão provavelmente descapitalizando, o que compromete as possibilidades de que venham a alcançar no futuro condições de bem estar para a maioria de suas populações, mantidas no passado e no presente em condições precárias de vida, problema que pode ser momentaneamente atenuado, mas não resolvido, com assistencialismo.  Ademais, as regras impostas por organizações internacionais, ou pelo Consenso de Washington, vedam a adoção por esses países de medidas protecionistas, as quais foram o motor do desenvolvimento de todas as nações industriais, sem exceção, e continuam sendo por elas adotadas.  É bem conhecida a posição de Hamilton nos Estados Unidos, Meiji no Japão, List e Bismarck na Alemanha, e outros, todos promotores do protecionismo, que  conduziu seus países a posições privilegiadas.  A adoção de medidas protecionistas pelos países exportadores de matérias primas enfrenta porém na atualidade forte oposição.

            Nos países industriais, a migração de milhares de indústrias para países exportadores de matérias primas gerou altas taxas de desemprego, enquanto o fato de que as empresas que migraram exportam de volta aos países industriais, incluso para os de sua origem, grandes quantidades de produtos a baixos preços gera nesses países avultados déficits comerciais. Desemprego e déficits comerciais se constituem em uma parte importante das causas da situação de crise em que se encontram esses países. Essa migração de indústrias também vai acentuando uma tendência para que as potências industriais tenham seu perfil de investimentos deslocado para os serviços e para o setor financeiro, aliás curiosamente de acordo com o proposto em 1972  pelo Limits to Growth, do Clube de Roma.  Esse crescimento do setor financeiro, por sua vez, ao expandir-se exageradamente, abarcando de forma crescente áreas de risco, acabou, pela alta inadimplência, gerando a outra parte da crise que acomete as nações industriais no presente.

            O processo de acumulação padece de compulsão ao crescimento, não apenas pela busca incessante do lucro, mas também porque ele não se coaduna com a estabilização.  A industrialização gerou o setor de produção de bens de capital, que praticamente não existia na economia de base agrária. As crises de então estavam ligadas a condições climáticas – os anos de “vacas gordas” e de “vacas magras” das escrituras. Na economia industrial as crises passam a ser parte do processo.  O setor de bens de capital produz para repor a capacidade instalada e para atender ao aumento da produção.  Se a economia cresce a taxas constantes o setor de bens de capital se estabiliza.  Mas se houver uma redução na taxa de crescimento, o setor de bens de capital já entra em retração, gerando ali desemprego, cujos efeitos repercutem nos demais setores, pela redução da renda correspondente a esse desemprego, podendo gerar então mais redução da taxa de crescimento, avançando a gestação da crise.  As crises são portanto inerentes à economia industrial.,  Para evitá-las é preciso crescer sempre, o que tem um pouco a ver com o recurso a guerras, cuja ocorrência tem uma certa correlação com momentos de arrefecimento do crescimento econômico, sendo de ser levado em conta que a produção de armamentos provém do mesmo setor que produz bens de capital.

            O crescimento constante da produção industrial, bem como portanto  da atividade comercial decorrente, vai demandando  também crescimento constante dos meios de pagamento, o que por sua vez vai inviabilizando que as moedas continuem lastreadas em ouro.  O abandono do padrão ouro conduziu no entanto a crescente instabilidade monetário-financeira, que atingiu seu máximo no período de entre guerras mundiais.  A fim de criar mecanismos para evitar a repetição do caos dos anos 30, reuniu-se ao final da segunda guerra a conferência de Bretton Woods, na qual, além da criação do FMI e do Banco Mundial, decidiu-se pela adoção do sistema misto de pagamentos internacionais dólar-ouro, uma vez que o dólar era a única moeda ainda conversível em ouro.  Esse sistema funcionou relativamente bem.  Mas em 1971 os Estados Unidos abandonaram o padrão ouro e o dólar passou a ser apenas papel-moeda.  Nessa condições, impunha-se a criação de uma moeda internacional, que poderia ser emitida, por exemplo, pelo FMI, mas não foi o que aconteceu, e o dólar papel se manteve como meio de pagamento internacional, passando a crescer sem peias todo o setor financeiro.  Uma moeda sem nenhum valor intrínseco é tratada como um bem comerciável, como uma mercadoria, cujo preço é o juro, passando a sofrer as flutuações próprias do mercado, como também passando a ser objeto de todo tipo de especulações.  O preço de uma moeda estrangeira, que é o câmbio, também entra no processo especulativo, e bem assim as ações de empresas, os títulos de dívidas públicas e privadas, as hipotecas de imóveis e toda uma série de outros títulos, tudo com valores flutuando ao sabor da especulação financeira, valores por sua vez referidos a papel sem lastro.  O mundo ingressou assim na etapa delirante das especulações financeiras, na hegemonia dos bancos e/ou especuladores.  Os governos, atolados em dívidas, cortam gastos sociais e aumentam impostos para pagar juros, o que recai sobre produtores e trabalhadores, por sua vez também colhidos na engrenagem do endividamento, e portanto pagando juros ao setor financeiro.  Na atualidade o endividamento já é geral, colhendo os governos, passando pelas empresas e indo até as pessoas.  A interrupção da concessão de créditos agora deixaria a maioria dos devedores sem condições de pagar suas dívidas. Seria a ruína imediata de todo o sistema. De qualquer forma - como já comentado - a expansão contínua do crédito adentrou áreas de risco, onde a inadimplência resulta ser alta.  Há ademais diversos países que já interromperam o pagamento de suas dívidas externas.  Os que não o fizeram, e adotam cortes orçamentários e aumento de impostos para seguir pagando os juros da dívida, enquanto fazem transferências massivas de recursos para bancos, estão com freqüência enfrentando manifestações de protesto.

            O processo secular de acumulação, que culminou nesta sua fase financeira, sem ter abandonado mecanismos de acumulação das fases anteriores, inclusive a violência destrutiva, dá mostras agora de que se encaminha para sua saturação terminal.  O contínuo crescimento desse processo de acumulação, por se aproximar de seus limites em nível mundial, gerou a crise generalizada atual, com seus aspectos ambientais, sociais, econômicos e financeiros, para os quais não há soluções isoladas.  As soluções serão viabilizadas na medida em que se reverta o processo de acumulação a um processo de redistribuição, em direção ao equilíbrio. O progresso em equilíbrio poderá ser levado ao futuro e poderá ser levado a todos, isto é, será sustentável e generalizável.
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

P2 – Colonialismo, imperialismo, belicismo e uso da mão de obra


A economia estabelecida durante o sistema colonial baseou-se mormente na utlização de mão de obra escrava na produção de produtos agrícolas, ou extrativos, para exportação aos, ou via os, países metropolitanos.  Internamente aos países dominados o sistema favoreceu a formação de elites, em geral de brancos, as quais geriam o sistema localmente, ao mesmo tempo em que utilizavam as receitas auferidas na aquisição de produtos finos provenientes dos países dominadores, ou iam aí gastar, como também enviavam seus filhos para cursar universidades. Eram elites geradas e mantidas, até hoje, em comunhão de interesses com os países dominadores, opondo-se sempre politicamente a tentativas de emancipação nas colônias, ou nos países aparentemente indepedentes de hoje. Mas não só com esse modelo se deu a ocupação do território nas colônias.
 Esse modelo prevaleceu onde as condições de solo e clima eram propícias a produções não existentes nas metrópoles, do contrário o custo do transporte a longa distância inviabilizaria a colocação da produção local nos mercados das metrópoles. Isso condicionou a criação nas colônias de extensas culturas de produtos tropicais, como açucar, cacau, café, algodão, tabaco e outros. Já nas áreas de condições semelhantes às das metróploles , como não foi possível ali implantar atividades exportadoras, a terra ficou disponível para que aí se alojassem famílias que haviam sido expulsas da terra, para aprodução de matérias primas para a atividade industrial em expansão, o que gerara condições sociais calamitosas em países europeus, como foi o caso da ocupação da terra na Inglaterra para a criação de ovelhas, fornecedora de lã para as tecelagens. Essas famílias, que chegaram aos milhões, foram ocupando a terra disponível e passaram a produzir para si próprios, ou para os mercados locais, reproduzindo os padrões de seus países de origem. Foi o caso do norte das provícias da Inglaterra e da França na América do Norte, e de todo o Cone Sul na América do Sul, incluindo o sul do Brasil. 
Esses dois tipos de ocupação do território tiveram desenvolvimentos opostos. Os dedicados à exportação mantiveram-se como tal até hoje, tendo substituido a escravidão por exploração brutal da mão-de-obra, geradora de miséria e ignorância. Os que produziam para si próprios, livres da dominação por latifundiários, prosperaram rapidamente, terminando por gerar condições para sua própria industrialização. Mas essa nova indústria necessitava também de matérias primas, razão pela qual as áreas industriais lideraram os processos de independência nesses países, passando as suas áreas exportadoas a abastecera indústria local, em algo se assemelhava a colônias internas. Mas havia os interessses de exportadorews nessas áreas dominadas internamete, os quais resistiram ao poder dos industriais locais, mas foram derrotados, Foi o caso da Guerra Norte-Sul nos Estados Unidos e da revolução de 1930 no Brasil, setenta anos depois da guerra civil americana.
A propósito, o domínio industrial se consolidou em nível mundial. Hoje a economia rural é um segmento da economia industrial, recebendo da indústria equipamentos e insumos e entregando seus produtos para processamento industrial, seja no próprio país ou além fronteiras. A mão-de-obra, que transitara da agricultura para a indústria, vai agora sendo daí também desalojada, pela evolução tecnológica que, em vez de priorizar, como deveria ter feito, a economia de matérias primas, priorizou a economia de mão- de-obra, gerando assim a crise social do desemprego em nível local e a crise ambiental decorrente da contínua corrida aos recursos naturais.
O desemprego nas áreas imediatas à mecanizaçao vai gerar a migração para as cidades e portanto também o problema da marginalidade urbana, que por sua vez transborda para a migração internacional, para as nações industriais, onde o envelhecimento da populaçao requer a importação de mão-de-obra jovem, para financiar gastos previdenciários crescentes. Mas por outro lado é a própria indústria que migra desses países industriais para os países de baixos salários, fechando assim grande número de empregos nos países industriais tradicionais, pelo que a população culpa os trabalhadores imigrantes. Além de perderem grande número de indústrias com esse processo, esses países exportadores de indústrias recebem uma avalenche de produtos a baixos preços, provenietes dos novos países industriais. O caso da China é o mais expressivo..Os países ainda ricos enfrentam agora portanto uma grave crise devido a esses dois fatores, mas se pretende que superem essa crise cortando gastos públicos, o que incide fortemente sobre os gastos sociais, agravando a crise.
Na verdade o poder econômico-financeiro não tem pátria, é de âmbito mundial, e seus interesses se sobrepõem a interesses nacionais.  Os detentores desse poder se orientam por uma lógica própria, superior e insensível aos dramas dos “comuns”. A esse nível os problemas são dois: os recursos naturais estão em contagem regressiva para esgotamento, a se manter a corrida atual a esses recursos, mas a manutenção do sistema de poder requer o crescimento contínuo, necessário para manter o setor de bens de produção, característico da economia industrial. Esse setor precisa crescer sempre. A simples diminuição de sua taxa de crescimento provoca uma retração nesse setor, que se propaga aos demais. Mas há um número enorme e crescente de pessoas clamamdo pela utilização de recursos naturais para sua sobrevivência, o que agrava o estrangulameto do processo e gera reações políticas crescentes contra o próprio sistema de poder. Que recomenda então a lógica “superior e insensível”? A diminuição da população, pois o que interessa é que cresça o número de pessoas que podem comprar, e não o número de pessoas que apenas querem sobreviver, que são a maioria. A diminuição das taxas de natalidade decorreria naturalmente da elevação do nível cultural das massas desfavorecidas, Mas como essa elevação cultual não interessa por razões políticas, pois traria consigo a elevação do nível de consciência, recorre-se a métodos diretos para diminuir a população. É essa a terrível ameaça que paira sobre as cabeças de todos nós. Já se pode perceber a ação do grande poder nesse sentido. Aí está o belicismo a massacrar populações, e com o uso de armas concebidas para isso, para massacrar grande número de pessoas. Aí está a interminável série de conflitos internos provocados pela infiltração de mercenários. Aí estão os efeitos mortíferos do “terrorismo da Al Qaeda”, uma entidade fantoche criada para isso. Aí está a insensibilidade quanto às mortes massivas pela fome. Aí está um número crescente de enfermidades suspeitas de serem provocadas. Aí estão os muitas espécies de drogas, perseguidas no varejo mas protegidas no atacado. Aí está a ampla promoção do homossexualismoque deve ser respeitado como opção pessoal, mas cuja ampla promoção pelos meios de comunicação, até mesmo em escolas, é indevida.

LEIA O TEXTO PRINCIPAL DO BLOG: http://desenvolvimento-generalizavel.blogspot.com.br/2013/06/introducao-ao-desenvolvimento.html

P1 – Por que desenvolvimento generalizável?


Por que desenvolvimento generalizável? Porque não interessa um desenvolvimento que não possa ser levado a todos. Ainda que a mídia e boa parte da academocracia insistam na idéia de que a elevação dos padrões materiais de vida para alguns acabará irradiando benefícios para os demais (a teoria do trickle down), a verdade é que o enriquecimento de alguns se faz à custa dos demais, o que é válido em termos de pessoas, de cidade e campo, de regiões ou de países.
Assim se deu todo o processo de desenvolvimento ao longo da história – tirando de muitos para beneficiar a poucos. Essa foi a motivação do colonialismo, do imperialismo e do belicismo atual, O colonialismo propiciou a riqueza dos países europeus, o imperialismo consolidou as vantagens dos países industriais, o belicismo atual é um esforço extremo para preservar essas vantagens, já agora em termos de grandes conglomerados empresariais, não importa por que meios, e não importa com que consequências.
O que tem sido entendido como desenvolvimento é um processo de acumulação, da qual acumulação há beneficiários e tributários. As cidades não se manteriam se não houvesse apropriação a baixos preços de trabalho e recursos naturais provindos do campo. As classes abastadas, beneficiárias do processo, não se manteriam se não houvesse tributários com níveis de renda mais baixos produzindo os produtos consumidos por elas. Os países beneficiários não o seriam se não houvesse os países tributários. Riqueza e pobreza são obviamente as duas faces de uma mesma moeda, embora sofisticadas teorias econômicas procurem negar isso.
Esse processo histórico nos conduziu à situação insustentável em que nos encontramos. Todos os recursos, e todos os meios, são usados para salvar as economias de desperdicio, do que resulta que já busquemos recursos em regiões remotas, no fundo dos mares, sob as calotas polares: Destruimos as últimas reservas florestais,  provocamos a desertificação acelerada, o aquecimnto global, a extinção de uma infinidade de espécies, a morte pela fome de cerca de 50 mil pessoas por dia. Queremos mesmo manter esse estado de coisas? Queremos continuar confiando nesse tipo de “desenvolvimento”? E não se diga que “não há o que fazer”, porque sim, há solução. E justamente impedir que se divulgue a consciência de que há solução se constitui num dos maiores crimes de lesa humanidade cometidos atualmente.
O tão intensamente promovido desenvolvimento sustentável não chega a ser a solução, uma vez que se atem a propor a diminuição dos efeitos, sem ir ao âmago das causas. As práticas do desenvolvimento sustentável se atêm a uma convivência mais respeitosa com o meio ambiente, por parte das pessoas e das empresas, minorando os efeitos da destruição ambiental, mas nem siquer mencionando as causas dessa destruição, ou mesmo negando seus efeitos, como no caso do aquecimento global, enquanto há um bloqueio, por parte da mídia e da maior parte da academocracia,  da conscientização das causas, ou da causa, que é a obsessão  pelo crescimento econômico, que continua dominante na sociedade atual, aumentanto sempre tanto o poder econômico-financeiro como a desgraça social e ambiental por ele causada.
Uma vez conscientizada a causa, torna-se óbvia a necessidade de deter essa corrida insana pela apropriação de recursos naturais e humanos para alimentar o crescimento dum poder concentrador, e portanto também excludente. Desde 1977, um estudo publicado pelas Nações Unidas e elaborado sob a liderança do Prêmio Nobel Wassily Leontief, já demonstrara que há recursos no mundo para manter toda a sua população com padrões satisfatórios de vida, desde que distribuidos equitativamente. O problema não é portanto escassez de recursos, mas sua má distribuição, pois a maioria dos recursos é sifonada para alimentar economias de desperdício, enquanto nos países seus exportadores prevalece a miséria e a fome. É a consciência disso que impulsiona a idéia do desenvolvimento generalizável, isto é, o que promova uma convergência para padrões médios, que acomodem toda a população da Terra. Essa é não só uma solução, mas a única solução possível.


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