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quinta-feira, 3 de abril de 2014

O homo sapiens resolveu se suicidar



            Cada espécie evolui através dos tempos em equilíbrio com o meio ambiente – o que sobrevive é o que melhor se adapta a esse equilíbrio. Assim evoluiu também a espécie humana.  O avanço da civilização que criamos, porém, foi mudando as condições de vida às quais a espécie humna é adaptada. Na atualidade, vivemos em um meio ao qual a espécie humana não é adaptada. Isso tem tido como consequência um alarmante aumento de moléstias degenerativas. E mais, temos fechado atrás de nós as portas do retorno, pela destruição do próprio meio natural.  

            Como a promoção sem fim de novos padrões de desperdício incluem artefatos mecanizados e artefatos automatizados, que substituen movimentos naturais das pessoas, induziu-se o sedentarismo, responsável pela atrofia e degeneração de funções vitais.   Como a indústria química é capaz de produzir – e quer vender – tóxicos eficazes contra micro-organismos, induziu-se a histeria quanto a ambientes esterilizados,  o que atrofia as defesas naurais do organismo – como se não houvéssemos convivido com micro-organismos através de toda a nossa evolução, usando nossas defesas naturais, como o fazem os demais animais. Por razões semelhants, e consequências ainda piores,  promove-se
o consumo obsessivo de medicamentos  –  o “homem moderno” é levado a crer que não pode viver sem eles, que está sob ameaça constante de enfermidades, quando a ameaça está justamente nesse consumo exagerado de medicamentos. Açucares e farinhas refinados, desequilibradores de funções orgânicas, entram pesadamente na dieta diária, como também aliás o sal. Refrigerantes químico-açucarados assumem o status de gêneros de primeira necessidade. E há a poluição de todos os tipos, incluso mesmo a sonora e a visual. A seleção natural foi substituida pelos anti-concepcionais  –  não nasce mais o mais forte, mas o que a pílula deixa.Alcoolismo e dependência de drogas se propagam continuamente.  Tensões, neuroses e psicoses se inserem no dia-a-dia familiar e profissional. Nos Estados Unidos, um terço da população está em tratamento por distúrbios mentais, necessite efetivamente ou não desse tratamento. A soma dos portadores de enfermidades físicas ou mentais já tende a superar a população de um país, pois muitos têm mais de uma enfermidade. Provavelmente declinamos como espécie. Pouco se faz no domínio da medicina preventiva, cuja eficácia, aliás, dependeria da mudança do processo sócio-econômico  (o que tem sido oferecido com medicina preventiva é fazer uma bateria de exames de laboratório, para saber que remédio já se pode ir tomando).  

            Ao mesmo tempo, progride aceleradamente a devastação das matas, ou de qualquer vegetação natural. Na Amazônia, o maior banco genético da Terra, um sem número de espécies estão agora sendo extintas, sem nunca siquer terem sido objeto de pesquisa. As chuvas ácidas – chuvas já contaminadas pela poluição industrial – contribuem em muito para esse processo de destruição natural. Os mares sofrem em proporções crescentes os efeitos da pesca industrial, da mineração submarina e do descarte de resíduaos químicos e lixo atômico. A contaminação radioativa é generalizada – pesquisas a detectam até nos pinguins da Antártida; logo, todos nós estamos também contaminados. Vastos desequilíbrios climáticos estão em curso. Progride a destruição da camada de ozônio da atmosfera, o que poderá levar à extinção da vida naTerra. Nos países do chamado Terceiro Mundo, onde o grau de consciência e participação da população é menor,  os abusos são maiores. Substâncias já proibidas nos países industriais continuam em uso nesses países do Terceiro Mundo. Uma quantidade crescente de resíduos químicos e lixo atômico dos países industriais vem sendo despachada para o Terceiro Mundo. Na Somália, que recebe financiamento internacional para permitir que seu território seja usado para depósito de lixo atômico, pelo menos um terço da população já tem diagnóstico de cancer. Enfim, marchamos todos em direção à auto-destruição, Não temos feito jus à denominação de homo sapiens.

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