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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Alternativas ao Sistema Atual


                               
           
      Na década dos anos 70, as sucessivas crises econômicas, e a deterioração crescente das  condições sociais e ambientais, já haviam despertado a consciência da necessidade da adoção de uma nova ordem econômica, o que foi proposto pelas Nações Unidas, contando com o apoio do presidente Carter, dos Estados Unidos, sendo para isso convocada uma Conferência Global, a ser realizada em 1980.  No entanto, o presidente Reagan, que sucedeu a Carter, se recusou dar seguimento ao processo.  De lá para cá o processo de crise só vem se agravando, tornando imperioso voltar à iniciativa da Conferência Global.
           
      Entrementes, nada impede que pessoas, ou grupos, se afastem do sistema atual, passando a viver de forma independente. De há muito tem havido iniciativas nesse sentido, como é o caso da atuação dos anarquistas, enquanto também houve, e muitas persistem, modalidades alternativas, individuais ou coletivas, cujo denominador comum tem sido viver fora do sistema atual.  O próprio cooperativismo se enquadra nessa categoria, ainda que muitas cooperativas tenham evoluído para se tornar grandes empresas, até mesmo chegando a explorar os cooperados.  Mas a idéia da cooperação para atender necessidades coletivas continua válida, crescendo em importância – podendo ser usada para o abastecimento de alimentos, para a saúde, a educação, a cultura, o lazer, e até mesmo para a segurança. A administração dessas atividades pela cooperação entre cidadãos será mais confiável e mais barata do que manter-se cada cidadão isolado frente ao mercado, fiando-se na proteção de entidades públicas de escassas eficiência e confiabilidade.                                                                                          
      O recurso a esse tipo de alternativas pode ir sendo ampliado, em direção à criação de uma sociedade paralela – livre e autogerida. Já há aliás grande número de comunidades, geralmente em áreas rurais e cultivando a terra, que optaram por viver apartadas do degradante sistema atual. A idéia central é a de que a sociedade vá simplesmente abandonando o sistema criado e mantido pela acumulação concentradora, para criar uma sociedade paralela, gerida pelo bom senso e dirigida ao equilíbrio.     

      De preferência essa ação seria associada a um movimento em prol da democracia direta, isto é, sem intermediações de políticos e partidos, tradicionalmente não confiáveis, por serem apenas um poder intermediário, tendente a se acomodar ao poder maior, mesmo traindo seus supostos representados.

      Há ainda a cooperação horizontal entre países e a cooperação em nível mundial entre movimentos populares.  Tudo isso pode ir sendo estimulado e ampliado, mas sempre mantendo o apelo pela retomada das negociações globais, sendo que, antes, durante e depois das negociações globais, será relevante a contribuição dos intelectuais conscientes

      Em último caso – se não houver avanços em transformações ou negociações –, seria admissível recorrer-se a ações mais incisivas.  O centro das ações nessa etapa seria então o rechaço da dominação financeira – o âmago do sistema de dominação e espoliação em sua forma atual. Não se recorreria mais ao crédito, e não seriam pagas as dívidas já existentes, salvo as contraídas entre pessoas (se não agiotas).  Pareceria algo não ético?  Mas por acaso há ética na catastrófica situação hoje criada, para dano de milhões de pessoas?  Da parte de governos, caberia decretar a moratória das dívidas públicas – melhor simultaneamente por um conjunto de países, para dificultar represálias.

      No entanto, as negociações globais são o caminho mais sensato, e mais viável, para chegar à decisão de empreender a reorientação do sistema atual, decisão que já fora aprovada na assembleia geral extraordinária das Nações Unidas de 1974, que convocou a Conferência Global.  Esteve-se assim muito perto de fazer prevalecer o bom senso. Mas, face ao agravamento contínuo da situação desde então, adentrando mesmo na atualidade o nível de uma hecatombe, torna-se imperativo obedecer ao óbvio, que é insistir na busca por um desenvolvimento viável, em direção ao equilíbrio. Este texto visa contribuir para isso, com sua proposta do Desenvolvimento Generalizável  –  o desenvolvimento que pode ser levado a todos; que tem o homem como objetivo, e não como instrumento para uma acumulação cada vez mais concentrada.      

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Um comentário:

  1. Tenho interesse pelo livro, Celso. Suas reflexões têm base empírica e descortino. Pergunto se você questiona a composição da ONU, o poder desigual de voto dos países membros, o poder de influência do grande capital sobre as agências da ONU, o fato de que a ONU assume como premissa que os Estados representam os seus povos, e só dão espaço para entidades representantes da sociedade cívica como ouvintes ou, no máximo, consultores. Tudo isto torna a ONU um espaço de difíceis negociações. Em Paris, no final da COP21, um grupo de pessoas ligadas à Rede Diálogos em Humanidade, presente em 13 países e em expansão, produzimos o Juramento de Paris, com o título Cidadãs e Cidadãos do Povo da Terra: Criemos Nosso Próprio Poder!" Vale a pena vc conhecer o conteúdo deste texto, apresentado em diversas linguas, e mesmo assina-lo, se estiver de acordo: www.fsm2016.org/en/transition. Desejo comprar o livro. Abraço, Marcos Arruda

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